A vida com TOC: do sofrimento à superação

A vida de alguém com TOC pode ser incrivelmente sofrida, como já foi a minha um dia.

Você acorda, levanta da cama e, no meu caso, se sente um prisioneiro do reflexo que faz em frente ao espelho.

Um toque pra lá, dois toques pra cá, tentando arrumar o cabelo de um jeito que se torne perfeito; de um jeito que, dentro da sua obsessão, você se sinta bem, tendo a certeza de que vai estar bonito para as pessoas, para os seus amigos, para sua família, para o seu amor e para você mesmo; como uma maneira de se sentir “aceito”.

Ninguém nasce com Transtorno Obsessivo Compulsivo, assim como eu penso que, depois de muito ter lido e estudado sobre alguns assuntos da Psicologia, ninguém nasce com borderline, com síndrome do pânico ou, dentre o universo de rótulos que tentam colocar sobre a gente por meio dessas nomenclaturas, fobia social, por exemplo.

Eu, com o passar dos anos, após ter chegado a um estado em que a minha ansiedade me consumia mais do que eu conseguia entender e aguentar, só pude achar a minha cura, a minha solução, em três lugares; as minhas três fontes de força.

O primeiro deles, minha família, minha vó materna; e ela com toda a certeza.

Tive respaldo da minha mãe, um ombro amigo do jeito dela, prático, como ela mesma é, quando me ajudou a encontrar o caminho da terapia e, posteriormente, da psiquiatria.

Meus tios, meu avô; homens que sempre vão fazer parte da minha vida; que me incentivaram a sair daquele lugar onde eu me encontrava, mesmo sem saberem onde eu estava; que conversaram, que me ouviram, e isso é de um valor que não existe em preço.

Mas minha vó. Como sempre minha amiga, minha companheira, pra tudo, mas do jeito único dela, diferente dos outros.

Minha vó me abraçou quando eu mais precisei. Minha vó me ouviu da maneira como eu precisava enquanto vivia sobre o domínio da ansiedade, dos pensamentos intrusivos, do TOC. E até hoje ela o faz; ela sempre o fez.

A figura que representou a ajuda que qualquer um passando por algo desse tipo precisa ter em casa; o conforto.

Quando falo assim, é porque me lembro, sempre, do período em que tive depressão, quando mais precisei de amor e de todas essas pessoas ao meu redor.

Mas minha pequena lista não acabou, então eu volto nela, na depressão, já, já…

O segundo deles, minha psicóloga e hoje, grande amiga, Adriana. Representava minha esperança nos dias mais difíceis, uma luz dentro do túnel escuro pro qual eu me encaminhava.

Era a minha segurança; o lugar onde sempre nos encontramos, até hoje, para conversar, o “espaço que é seu, que é nosso”, ela dizia.

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Ela, enquanto Psicóloga e amiga, acredito ter sofrido junto comigo. É a única pessoa que sabe integralmente o que eu passei, o que a ansiedade e a intromissão dos pensamentos quiseram me fazer pensar, e o sofrimento que senti com tudo aquilo.

As pessoas precisam de uma psicóloga; as pessoas precisam de uma Adriana…

E o terceiro deles, desde aquela época nebulosa o amor da minha vida, o impulso, a força que realmente me fez continuar; minha namorada; que viveu parte desses dias comigo, que sofreu intensamente por representar para as ações do meu TOC mais do que merecia, mais do que poderia aguentar.

Essa menina-mulher foi e é meu tudo. Por circunstâncias da vida, foi para o intercâmbio enquanto eu lidava com as feridas de uma recém-chegada depressão.

Mas não deixou de falar comigo por um dia sequer; nem por um dia; visto que conversamos todos eles por mensagens, cheias de saudade e amor.

Hoje, quase 2 anos depois de ter voltado, ela continua sendo minha grande companheira, a mulher que segura minha mão quando eu ameaço cair. Ser isso de volta pra ela é tudo o que eu mais quero.

Todo mundo, tendo um diagnóstico ou não, precisa de amor; precisa ser amado. E eu sou. E eu fui.

Mas antes disso, da melhor parte da minha vida enquanto um combatente que lutou pela própria mente, pela própria vida, a depressão, como uma consequência do TOC, da pressão mental e da ansiedade com a qual eu convivi a vida inteira, me alcançou. 

Falam de predisposição genética e, eu, porque estudei muito sobre isso, também acredito nela sim, mas nunca nela sozinha.

Aqueles foram os dias mais tristes da minha vida até hoje. Sem ânimo pra sair da cama, sem força, sem saber o que tinha acontecido comigo, um cara sempre muito feliz, sempre muito alegre.

As pessoas que não vivenciam o TOC ou a ansiedade em excesso nem sempre sabem, mas as obsessões em forma de pensamentos intrusivos destroem você.

Seja o medo, a insegurança que leva a compulsão de checar a tranca da porta 200 vezes pra ter certeza de que ninguém querido vai morrer, que não foi o meu caso, até ficar horas de um dia todo se olhando no espelho, obcecando sobre a índole da sua própria namorada, do amor que sente por ela, sobre a posição e simetria das coisas no seu próprio quarto, sobre o jeito e a perfeição na hora de escolher termos pra escrever ou falar; isso, pra não ir mais longe.

Tudo isso dói, e dói muito, dói do pior jeito, dói na mente, dói no coração, dói na percepção de si mesmo por não saber o que é e o que não é real.

Dói a dor de quem luta contra aquilo que não vê, a dor de quem tem que entender que a sua luta é pessoal, a dor de quem tem que entender que seu adversário encontra suas forças no seu passado, que o ringue é dentro de você e que sua maior arma nessa disputa é, simplesmente, não revidar.

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Quem sofre de TOC, como eu, não entende no princípio que as suas causas, quase 99% das vezes, quando não em um trauma mais recente, se encontra nas profundezas da sua vida, da sua infância, da sua formação; do seu próprio passado.

Enquanto crescemos, coisas acontecem ao nosso redor, coisas acontecem com a gente.

Seja o abandono de um pai ou de uma mãe, a falta de sensibilidade de um familiar que “educa” batendo ou violentando psicologicamente com gritos e tensões, com ameaças, por mais “leves” que elas sejam; seja um assédio, seja a falta de atenção dentro de um meio conturbado, de um pai ou de uma mãe que trabalha fora o dia inteiro; seja uma exposição, um acontecimento, um fato visto.

Isso marca uma criança; e como o próprio Jung dizia, nem tudo que a gente vive, a gente esquece, porque o inconsciente está aí pra sempre nos lembrar disso, das formas mais diferentes, até que lidemos com essas vivências mal resolvidas.

Convivi desde pequeno com algum nível de ansiedade, porém, só percebi depois de anos, quando as consequências disso vieram me cobrar, sendo que nunca eu tinha pedido nada emprestado para elas.

Mas descobri e entendi que essa conta não era minha; que algumas lembranças, que muitos choques que vivi durante a minha infância, os traumas, é que eram as donas e donos dela.

Hoje, nessa metáfora engraçada (pra mim) que faço, já encaminhei essa conta aos remetentes, e com a ajuda da minha Psicóloga (a Dri), auxiliamos esses a “pagarem” aquilo que estavam me cobrando por engano. Por tudo isso, minha vida voltou a ser boa, e caminha em paz novamente.

Mas uma parte muito importante dessa história é como eu saí de tudo isso que contei aqui, antes de chegar onde estou.

Para além de toda a ajuda que especialmente minha psicóloga me deu, recorri a duas coisas que se fizeram fundamentais pra mim nessa minha trajetória.

Uma delas, que na minha opinião sempre vai ter esse peso em qualquer situação, área e perspectiva da vida, foi o conhecimento. O conhecimento é tudo.

E por mais dura que tenha sido minha busca, por não ter esse tipo de respaldo, por não ser da área da psicologia, por ter que ter tido uma gigantesca autonomia frente as minhas procuras pra achar o conteúdo, todo o esforço valeu a pena, as madrugadas e os momentos de concentração nesses meus estudos.

O inglês me foi fundamental, porque sem ele, tendo em vista a escassez de conteúdo sobre TOC e ansiedade em português, eu nunca teria conseguido.

As pessoas precisam ter acesso ao conhecimento. As pessoas, especialmente as que lidam com algum diagnóstico, precisam ter autonomia frente aos desafios impostos por esses tipos de condições. CONHECIMENTO É TUDO.

Dois canais no Youtube salvaram a minha vida, sem exagero.

Um, de um rapaz chamado Stuart, o The OCD Stories. E o outro, de um rapaz chamado Mark, nomeado como Everybody Has a Brain (Mark Freeman). 

E a outra coisa que se fez fundamental pra mim durante essa minha trajetória, como mais uma fonte de auxilio, foi a minha ida a psiquiatra; momento em que, após um diagnóstico dela, que inclusive já era o meu diagnóstico pessoal, eu passei a tomar Sertralina.

Mas vamos com mais calma nessa parte, porque nem sempre precisa ser assim e nem todo mundo tem a mesma experiência se adequando a medicação; cada caso é um caso e as orientações para cada um.

Primeiro de tudo, ir até a psiquiatra foi uma decisão muito difícil, em um momento em que eu já não sabia mais o que fazer, porque não sabia mais como lidar com aquilo que estava passando; mesmo descobrindo muitas coisas com a Adriana; mesmo tendo começado minhas pesquisas; mesmo assim.

Mas conversado com os meus familiares, com a minha psicóloga e com a minha namorada, eu fui, só que a minha primeira experiência não foi das melhores.

O diagnóstico, apesar de um pouco óbvio pra mim naquela altura, foi imediato.

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A conversa que tive com a minha psiquiatra foi, pra mim, muito pouca. Saí dali com um papelzinho (a receita) e recebi uma indicação do como tomar os comprimidos, com apenas alguns dos efeitos colaterais claros na minha cabeça, tendo em vista a rapidez da conversa, a falta de instrução e o meu medo em perguntar.

Insônia, diarreia, aumento dos pesadelos nos primeiros dias, alguns espasmos, diminuição da libido, momentos de alguma tensão e aumento da ansiedade; alguns desses efeitos eu só fui conhecer depois, na prática e lendo a bula.

Mas as coisas começaram a mudar quando retornei com uma bagagem enorme de conhecimento, 3 meses depois da minha primeira consulta, vinda estranhamente de um rapaz estudante de Ciências Sociais.

Falei para a médica sobre as minhas ferramentas, todas conseguidas por meio de estudo, dos vídeos e das descobertas sobre a minha vida, que fazia todos os dias em que voltava na Adriana (e as faço até hoje, rs), e percebi que ela passou a me ver com outros olhos.

Todas as vezes que voltava lá, conversávamos mais profundamente sobre os efeitos da Sertralina, dos efeitos dos meus estudos sobre mim mesmo e da autonomia que tinha conquistado. Mas onde isso e a Sertralina me ajudaram?

A medicação me serviu como um estabilizador, me colocando mais próxima do meu estado como ansioso “normal”, algo que me permitia pensar, viver e entender aquilo que lia sobre o meu transtorno.

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Eu perdi sim muita coisa durante um tempo, como parte do meu desejo sexual, parte das minhas emoções vinculadas a ansiedade boa (como eu costumo chamar) e até dos meus reflexos enquanto jogava bola; coisas que voltaram aos poucos, mesmo ainda tomando os 4 comprimidos.

Hoje em dia, um ano depois disso, comecei a diminuir a medicação por ter chegado ao consenso, junto da minha psiquiatra, de que isso não me é mais necessário.

A diminuição da dosagem deve, sempre, ser feita com acompanhamento e progressivamente, pois mesmo esse processo pode ter consequências, fortes, depois de tamanho tempo de uso. Mas você ou, nós, podemos chegar lá, e é importante saber disso.

Minha luta, e agora falo concluindo o relato dessa experiência da minha vida, ainda não terminou, e eu nem acho que vá terminar dentro do sentido que atribuímos a esse termo.

Não controlamos nossa mente, nem todos os nossos pensamentos e, muitos menos, as atitudes que as pessoas tomam em relação a nós mesmos.

Todo mundo lida com ansiedade, porque ela é um algo natural, que faz parte da vida humana.

O que muda com relação ao TOC e outros transtornos, é esse excesso prejudicial que destrói coisas, caso você não aprenda a entender e a lidar.

Existem casos e casos dentro da psiquiatria clínica, alguns muito graves, que precisam de determinados cuidados sim, no entanto, uma outra parte deles, ao contrário do que nos deixam de dizer, tem cura.

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Eu estou aqui, eu tenho autonomia e propriedade o suficiente pra te dizer isso, porque eu sou a prova viva de que essa cura, de que esse caminho bonito, existe.

Pare com as compulsões, porque elas são o alimento da sua ansiedade, o alimento das suas obsessões, que não vão deixar você sair desse ciclo vicioso de dopamina enquanto você não buscar, entender e aprender a lidar com o seu passado, os seus traumas e todas essas sensações.

O caminho é longo, difícil, mas como exemplo disso, me trouxe até aqui.

Hoje, sou uma outra pessoa, com 21 anos, pronto pra qualquer desafio que coloquem na minha frente. Tenho uma capacidade mental que nunca conseguiria ter se não tivesse encarado e vivido tudo que vivi.

Seja forte, esteja preparado, e vai pra cima! Construa suas ferramentas como eu construí, pegue emprestada de amigos como o Stuart e o Mark e siga em frente!

Eu tenho certeza absoluta que você e eu podemos conseguir.


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37 Comentários


      1. Muito obrigado pelo seu depoimento! Me enxerguei totalmente em tudo que você descreveu.
        Ainda não encontrei o caminho para sair dessa situação que me consome demais.
        Gostaria, se puder, do contato da sua psicóloga e psiquiatra!! Não consigui me encontrar com nenhum profissional até agora.

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        1. Oi me chamo Bianca tenho toc , não se sinta assim não faça do toc um peso tão grande em sua vida, apesar de ter construí muitas coisas boas sabe como faço ? Foco nas coisas boas que vivo que já vivo que construí apesar de ter o toc construí uma família linda que encontro apoio nela. O auto conhecimento é necessário descobri que nos portadores de toc somos pessoas extremamente cuidadosas cheias de princípios e cuidados com quem amamos por isso tanto sofrimento. Tenho os pensamentos intrusivos mais isso não me para eu consigo trabalhar .a vida continua tomo a medicação faço a terapia e está dando certo um dia após o outro

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  1. Pietro, eu estava em um momento , estou na verdade de total nervosismo, perdido por conta desses sintomas, buscando incessantemente respostas pra esses sintomas! Esses pensamentos que invadem minha mente e não controlo, que me fazem ter esses sentimentos desesperadores , os tenho desde que tinha 15 anos, mas apenas hoje com 29 anos decidi buscar ajuda, mas a terapia não tem sido o suficiente , eu tenho buscado algo que achei muito bacana no seu texto você ter pontuado: “conhecimento”. Gostaria muito de entrar em contato com você, saber mais sobre sua história , encontrei conforto e força no seu texto!

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    1. Oi,sou uma aluna do 6 ano,estou procurando depoimentos para completar uma matéria que estou escrevendo sobre TOC gostaria que entrasse em contato para que eu colha sua opinião.

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  2. Boa noite…gostaria de achar uma profissional psicóloga verdadeiramente capacitada para me ajudar. Me ajude, vc poderia mandar o contato da que foi?

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  3. Eu chorei lendo seu depoimento…. me vi tanto em você. Fiquei 4 anos e meio bem. Dentre eles 1 ano e
    meio foi sem medicação. Mas comecei a trabalhar embarcada e tudo voltou. Tenho me sentido muito mal. Estou adequando um novo medicamento, pois o anterior acaba com minha vida sexual, porém ainda não vejo efeitos. Comecei a TCC e fui em 4 sessões por enquanto. A vontade que as coisas comecem a mostrar resultado é tão agonizante e desesperada. Há dias que parece que não vou suportar… mas continuo lutando. Só quero voltar a ser quem sempre fui.

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  4. Boa tarde!
    Estou procurando palavras para expressar o que estou sentindo depois de ler todo esse depoimento. Cada palavra, cada parágrafo, parecia que estava lendo a minha vida e a forma que me vejo e sempre me vi.
    Me senti imensamente bem e com um ânimo contagiante, uma sensação de “posso tudo”, se eu procurar dia após dia esse conhecimento. Muito obrigada por compartilhar todos esses detalhes, tenha certeza que isso é muito importante para quem está lendo.
    Ainda estou no início do meu processo de “descobrimento” a respeito do TOC, demorei tomar a iniciativa de procurar um profissional médico (psiquiatra), mas procurei, e já consigo tirar um peso enorme de mim, que sempre me consumia: “será o que tenho? porque eu ajo/penso/sou assim?, entre milhares de outros questionamentos e pensamentos”. Procurar a ajuda de um psicoterapeuta (psicólogo) ainda não consegui nessa minha caminhada, e pra ser bem sincera, não sei porque, mas tenho a consciência de que preciso dar esse passo, mas sei também que tudo é um processo, creio que em breve conseguirei.
    Novamente, muito obrigada pelo texto!

    Um grande abraço!

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  5. Obrigado por este texto, verdadeiramente obrigado. Seu texto me impulsionou a continuar na luta, contra esse mal que me aflige já há década; oras me vejo até equilibrado, oras me derruba e temo não voltar mais, hoje está sendo Um desses momentos.

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  6. Olá Pablo,
    Fui diagnosticada há um ano, desde o início da pandemia, e desde então venho lutando. O TOC é um sofrimento, principalmente quando ele afeta não só você, mas os que estão ao seu lado, que embora queiram ajudar não têm conhecimento e não compreendem que as vezes não temos forças e não basta querer ficar bem. Essa doença afeta a sua vida pessoal, profissional e familiar. É um sofrimento para todos os envolvidos.
    Muito bom quando nos enxergamos em outra pessoa e vemos que é possível encontrar um pouco de paz.
    Abraços.

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    1. Olá Vanessa,

      Obrigado pelo depoimento, este texto foi escrito pelo Pietro nosso antigo redator. Neste texto, ele relata muito bem como é viver com TOC.

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  7. Oi Pablo

    Adorei sua história!! Estou sem luz no fim do túnel com o Toc, seus comentários tiveram um impacto em mim, mas ainda preciso de muita ajuda!! Estou procurando ajuda em qualquer lugar, qualquer pessoa… eu e minha família estamos sofrendo há 3 anos com o Toc. Quero melhorar , mas não acertei na psicóloga pra me ajudar. Todas me dizem que não tem cura!! Não sei se consigo viver sabendo que terei que carregar esse peso!! Me ajuda

    Responder

    1. Oi, Caroline!
      Estou sofrendo com o toc há 4 anos e também me assusta muito imaginar que terei que levar isso pra vida toda, não sei se aguento. Estou vendo sonhos ficarem cada vez mais distantes de mim, isso é muito desesperador. Mas vamos acreditar que também vai melhorar com a gente! Se quiser, podemos conversar sobre!

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  8. Estou com toque e depressão tô tomando sertralina fazem tereis semanas não melhora tenho muita amsiedade meu toque desenvolve assim faço xixi toda hora com medo de nao fazer mais fico contando as vezes que faço tenho medo de nao fazer mais xixi isso só acontece de manhã a tarde e a noite eu desencanto como faço pra lidar com isso

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  9. Olá! Que coragem e partilha! Me tocou profundamente. Sou escritora, contista. Estou construindo um livro sobre síndromes e preciso mto de histórias reais para, através da escrita, conscientizar as pessoas. Serão contos, são eles que tocam nossos corações. Tu poderias me ajudar me contando episódios que tenhas vivido? Gratidão!

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  10. Muito obrigada por esse texto. Estou passando por momentos parecidos com o que passou, e tem dias que sinto que não vou suportar… Mas esse texto me ajudou a ter fé que vou ficar bem! Muito obrigada mesmo!!!

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  11. Oi! Um texto muito bom para um publico em comum. Realmente é duro esse TOC, ele veio, foi e volta sem ser convidado. Realmente conhecimento ajuda muito, não só no campo médico, pois o TOC envolve mais que isso acredito. Num mundo difícil, vale lembrar que todos seres vivos têm sua batalha diária para sobreviver. E não diferente, sigamos com fé e força nas batalhas que nossa mente faz questão de provocar. Abs e paz a todos vcs.

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  12. Muito obrigada pelo seu texto, Pablo, chorei lendo porque me vi totalmente nele e pela primeira vez me senti realmente compreendida. Assim como você, eu mesma tive que descobrir meu diagnóstico, através de muitas pesquisas, numa busca incessante para saber o que eu tinha… e, ainda assim, passei por três psiquiatras que não me levaram a sério, pois eu aparentemente não tenho os comportamentos compulsivos… finalmente fui em uma quarta psiquiatra que me diagnosticou com toc, sem que eu precisasse sinalizar que era isso, embora eu, no fundo, já soubesse… comecei a tomar a medicação e espero melhorar como você, porque realmente eu não aguento mais. Obrigada por me lembrar em seu texto que a nossa maior arma é não revidar, a gente sempre, sempre, sempre ignora isso, por mais que prometa que vamos fazê-lo… por isso, a gente se sente enlouquecendo. É assim que me sinto às vezes e ler em seu texto que muitas vezes não sabemos o que é real ou não foi muito importante pra mim, porque sinto essa confusão mental, mas não sabia que isso era um sintoma típico do toc… enfim, seu texto é maravilhoso e nos dá muita esperança!

    Responder

  13. Olá, muito interessante e curioso como você conseguiu se livrar de mal que te cercava. Pois sofro de depressão e Toc há precisamente 16 anos. Sempre fiz acompanhamento com psicólogo e psiquiatra. Já troquei de profissionais e não obtive resposta. Minha história também não é fácil, tomei medicamentos fortíssimos e levava uma vida praticamente vegetativa, não conseguia fazer absolutamente nada. Até mesmo minhas necessidades. Fiz tratamento eletroconvulsoterapia e nada. Por uma decisão própria depois de tanto sofrimento, resolvi não tomar mais medicamentos e nem fazer mais acampamento, e obtive uma melhora significativa, mas não melhorei 100%. Perdi minha mãe recentemente e tudo voltou à tona. Gostaria de ajuda profissional, vc pode me indicar?!

    Responder

  14. Boa noite Pablo.
    Adorei seu depoimento sobre sua trajetória de superação do Toc. Eu estou tendo muita dificuldade em encarar o problema. Já são quatro anos de sofrimento intenso.. Você poderia por gentileza, me passar o contato de sua psicóloga? Antecipadamente agradeço muito sua ajuda.
    Abraço

    Responder

    1. O seu texto descreveu precisamente a sensação de desolação e perturbação que enfrento há mais de 10 anos por conviver com depressão e TOC. Demorei para dissociar a minha condição da realidade; até então acreditava e me prendia a todo e qualquer pensamento que pairava. Depois de muito refletir, entendi que o meu ambiente familiar desequilibrado e abusivo foi decisivo para o acúmulo de diversos traumas e inseguranças, muitos destes (se não a maioria), inclusive, ainda figuram de forma completamente nebulosa, porque ainda não consigo compreendê-los; apenas sei que estão ali aguardando resolução. Passei a reparar no automatismo dos meus pensamentos, que frequentemente aumentam ou até mesmo criam problemas irracionais, o que considero uma vitória e avanço nessa cansativa batalha.
      Hoje entendo que enquanto todos os traumas e inseguranças não forem completamente desmistificados, o TOC irá me perseguir e escancarar as pendências internas.
      Considero que toda arma é essencial nesta árdua batalha, inclusive o fato de compartilharmos relatos e forças. Gostaria de indicações de profissionais devidamente preparados para um tratamento contundente.
      Agradeço o compartilhamento de sua inspiradora jornada.

      Responder

  15. Ois:

    Bacana (e IMPORTANTE!) os relatos…
    Uma coisa comum até onde se discute pouco.
    E tudo que envolve SAÚDE MENTAL requer um certo preconceito. Ou IGNORÂNCIA.
    Costuma ocorrer numa parte ‘mais velha ‘ da vida; fase da adolescência em diante – até raro em criança.
    Onde pior quando se tem uma VIDA RUIM (difícil acontecer com alguém feliz/realizado). Digo como ‘uma doença na baixa imunidade’.
    Felizmente se descobre tratamentos para tal e outras enfermidades.
    Há casos de CIRURGIA mesmo. Onde parece ser de VALOR ALTO e ter CONSEQUÊNCIAS. Ou nem adiantar.
    Não confundir com RITUAL (deste todos temos um pouco). E até bom para nos organizar. Só não se deve exagerar.
    Um sintoma deste (creio eu): quando se tem BOA MEMÓRIA e se lembra de coisas inúteis. Ou uma MÚSICA pode nos trazer lembranças. Boas ou ruins.
    A pessoa, no fundo sabe que nem deveria fazer tais coisas: só que algo interno acaba ‘incentivando’ e causa uma desordem.
    E menos mal que OS PENSAMENTOS VÊM EM FASES (nunca os mesmos sempre). Que bom.
    Ainda há o que der desvendado sobre o psiquismo.

    Sucesso,
    Rodrigo

    Responder

  16. Seu relato também me emocionou. Não sei se a maior parte das pessoas tem outros transtornos como o meu. Toc, TAG, pânico, fobia social. Hoje com 43 anos minhas lembrancas ruins ficam marcadas. E nos momentos de crise o desespero toma conta. Primeiro pelo pânico e em seguida pelo toc. Acredito que a ansiedade é o problema central mesmo agora o toc ser retirado de um transtorno de ansiedade. Desde pequena escutava algo música, imagens e o medo vinha . Sabia que era diferente mas não entendia o que eu tinha. Até que com 22 anos depois que perdi meu pai fui para psiquiatra. La as vozes que eu escutava denominaram toc. Meus rituais e inseguranças eram insuportáveis. Após o meu entendimento meus rituais pararam mas os pensamentos instrutivos nunca me deixaram. Com medicação todas as Inas possíveis tomei e tomo. A cada segundo os pensamentos me invadem sem controle. Até mesmo dormindo quando durmo. Não tenho mais sono e não sei o que é Eles apenas só trocam de assunto. Medo essa a a palavra que defino o toc. Sonho um dia que descobriram a razão deste nosso problema. A depressão é a consequência. O que nos resta é um minuto sem pensar em algo que não queremos, não desejamos. A medicação só alivia para continuarmos nesse mundo tentando não desistir.

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  17. Oi, me chamo Rita sou avó de um adolescente que tem TOC, TDAH e TOD, li todo o texto e os comentários , realmente não sei como ajuda lo fica o tempo todo me abraçando e fazendo a pergunta porquê? mas não me dá resposta quando pergunto o porquê da pergunta, toma risperidona e pondera mas não vejo resultado, me ajude por favor.

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    1. Oi Rita, tudo bem?Eu sou Amanda, eu tenho TOC também. Que bom que você está procurando saber mais sobre o TOC, isso ajuda a entender melhor seu neto. Bem, eu não sou psicóloga nem nada ligado a saúde, mas quando estou passando por uma crise, as vezes não precisamos que a pessoa diga nada, só precisamos de seu apoio e deixar nós botarmos esses sentimentos para fora sem julgamento! No meu caso é assim, talvez se ocorrer isso denovo você possa abraçar ele e falar: eu sei, é dificil, mas estou aqui por você e irei ajudar.Deixe ele falar sobre as coisas que estão incomodando ele, dividir o peso sobre o que ele está passando é essencial. Fico feliz por ele ter uma avó tão dedicada, boa sorte para ele, que ele possa melhorar bastante! 🙂

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