Como é bem sabido, o período de gestação feminino é um período marcado por muitas mudanças, tanto ao corpo (parte física e fisiológica) quanto a mente (parte psicológica) da mulher, devido a uma série de causas.
Apesar de ser muito comum pensar a gravidez como um momento idealizado, nem todas as mulheres a experimentam dessa forma, e essa é uma realidade presente no mundo todo, principalmente em países subdesenvolvidos.
Fatores socioeconômicos, hormonais, familiares, episódios traumáticos, a falta de suporte e a falta de informações, podem transformar esse momento em algo muito menos prazeroso e mais difícil do que se espera ser.
A depressão, como é conhecido, é um dos quadros psicológicos que mais afetam mulheres ao redor do mundo. Em contextos desfavoráveis a uma boa saúde mental, especialmente no Brasil, o período gestacional, em conjunto com outros elementos, pode favorecer ao aparecimento de sintomas depressivos.
É sabendo da importância que uma gravidez tem na vida de uma mãe e mulher que buscamos reunir, de forma simples mas informativa, os 7 sintomas mais comuns de uma possível depressão na gravidez.
Os sintomas mais comuns da depressão na gravidez
Apesar de serem semelhantes a variações naturais que toda mulher sofre em questão de humor, sensibilidade e necessidades diversas, as características da depressão tem um padrão de cronicidade próprio e isso faz com que elas se destaquem.
1) Tristeza súbita
Nos quadros depressivos, especialmente na gravidez – quando a mãe em questão tem preocupações além das rotineiras para pensar – tanto angústia quanto ansiedade, que normalmente andam juntas, podem se manifestar de forma mais intensa.
2) Angústia e Ansiedade
Diferentemente de tristezas eventuais, a tristeza depressiva é súbita, surge de repente e muda a maneira como a pessoa – a mãe no caso – agiria em relação a situações normais ou mesmo em momentos introspectivos, de maior quietude.
Conforme a produção hormonal feminina se altera, seja por elementos biológicos ou por elementos exteriores ao seu corpo, hormônios fundamentais para o equilíbrio, como a serotonina e a dopamina, podem ser vítimas de quedas bruscas.
A queda na produção desses hormônios, quando em recorrência, pode acarretar em quadros de depressão na gravidez, e principalmente durante a gravidez.
3) Perda de interesse
Uma das características mais comuns da depressão é a perda de interesse em atividades que costumavam ser prazerosas para a pessoa em dificuldade.
Isso pode acontecer na gravidez, uma vez que, em conjunto com todos os elementos apontados acima, a mulher deixe de fazer atividades que lhe davam prazer, mesmo pequenas, para o resguardo (as vezes excessivo, visto que o corpo feminino se prepara para esse momento) do bebê.
4) Fadiga em excesso
Apesar de todos nós sabermos que estar grávida, com um bebezinho em gestação, pesando alguns quilos a mais, pode ser realmente cansativo, essa realidade não se aplica a muitas mulheres que continuam se exercitando ou fazendo tarefas normais do dia a dia.
A fadiga em excesso, em consonância com a perda de interesse, leva ao cansaço extremado, algo não comum para a gravidez. A falta de ímpeto físico e psicológico podem ser sinais desse sintoma, diferentemente de algo como uma preguiça passageira.
5) Sentimento de culpa
Mesmo com todas as mudanças hormonais, sentir culpa por estar grávida não é algo comum, com certeza. As dificuldades surgem, mais esse seria o ápice biológico de qualquer mulher: atingir a maternidade.
O sentimento de culpa é algo mais profundo e crônico, difícil de ser localizado, dado que assim como a tristeza súbita, surgiria sem um motivo claro. A culpa pode ter muitos sentidos e pode refletir também um quadro de depressão na gravidez.
6) Pensamentos suicidas
Infelizmente, recorrente em quadros psicológicos diversos, os pensamentos suicidas, vindos de alguém sem um histórico depressivo, principalmente em mulheres gravidas, pode indicar o desenvolvimento de uma depressão.
Diversos fatores, sejam biológicos ou psicossociais, podem levar a esse tipo de pensamento – algo realmente não comum em gravidezes sadias, realizadas em ambientes não hostis.
Algumas informações importantes acerca da depressão na gravidez
A princípio, é importante destacar que a depressão na gravidez tem tratamento, assim como qualquer outro quadro psicológico. Normalmente, indica-se a psicoterapia como base para tal, porém existem muitas atividades positivas e capazes de ajudar nesses casos.
Mas o apoio familiar, a boa alimentação, o fazimento de exercícios, dentre outras coisas positivas para a vida de qualquer um, mesmo fora de um circuito de dificuldades, são elementos essenciais para essa recuperação psicológica.
Hoje em dia existem grupos para grávidas, locais em que mulheres se reúnem para conversas sobre as nuances desse período, tão lindo, mas tão exigente, de uma vida feminina.
Outro ponto importante a ser falado é a respeito dos efeitos que a depressão na gravidez pode exercer sobre a criança.
Muitos estudos demonstram que as caracterizações da mãe por conta do quadro depressivo podem levar a criança a ter dificuldades psicológicas em seu futuro.
Ligados pelo cordão umbilical, mãe e filho se constroem durante o período gestacional. Então, obviamente, tudo aquilo que acontece com a mãe pode ter impacto direto na saúde e bem estar do filho ao longo de seu crescimento.
Episódios traumáticos, abusos e violência doméstica, podem ter consequências graves na formação da psique do bebê. Assim como o bebê ouve sua mãe, mesmo na barriga, ele também a sente por alterações corporais, de fluxo sanguíneo, dentre muitas outras formas.
