“Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça.” Miguel de Cervantes em sua obra “Dom Quixote” Atos de violências sempre deixam marcas visíveis (e muitas vezes invisíveis) nas pessoas que vivenciam essas situações, principalmente populações mais vulnerabilizadas em uma sociedade que se acha mais poderosa por ser branca, cis heteronormativas, mas que esconde (e muitas vezes escancara) uma sociedade machista, patriarcal, racista, misógina. Falar sobre os impactos dessas violências na saúde mental de determinadas populações é desnudar o quanto Continue lendo→
A saúde mental infantojuvenil é um tema que vem ganhando cada vez mais destaque desde o começo do século XXI. E, se hoje temos leis e garantia de direitos para as crianças e adolescentes, é porque muitos conflitos ocorreram para que fosse necessário confirmar essa ideia. Ao longo de suas pesquisas, a psicanalista e doutora em saúde mental pelo Programa de Psiquiatria e Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012), Maria Cristina Ventura, desenvolveu um estudo importantíssimo sobre Continue lendo→
No Brasil, a despeito das conquistas e avanços da Reforma Psiquiátrica no campo da Saúde Mental e dos Direitos Humanos, a abordagem da sexualidade, a prevenção das IST/Aids e a discussão de gênero entre os usuários dos serviços de saúde mental estiveram ausentes das reflexões acerca dos temas emergentes, urgentes e relevantes no contexto da luta antimanicomial. Se entre adultos esses temas ainda são carregados de preconceitos e estigmas, como trabalhar essas questões entre crianças e adolescentes? Por que discutir sexualidade e gênero na infância Continue lendo→
Esse texto foi escrito por Barrie Kindly. Ele conta como conseguiu sua autonomia superando o diagnóstico que haviam lhe dado. Ao ser internado pela primeira vez, disse que nunca iria embora, estando fortemente medicado e se sentindo incapaz de sobreviver sem ajuda. Neste período, estava sob os cuidados de uma equipe de apoio. “Ao longo do tempo visitando hospitais, sempre senti que meus sentimentos estavam sendo mal interpretados, tudo o que falava era visto como um sinal de doença pela equipe médica. Mas no fundo Continue lendo→
Pensar sobre o tema saúde mental na adolescência não era algo comum até que se percebessem as necessidades que essa parte da população tem em relação as transformações e situações de vida inerentes ao período em que vivem, de descobertas e empolgações que podemos chamar de juventude. Cada realidade tem suas dificuldades, cada adolescente representa um mundo único e especial, mas algo que não muda em relação a eles é a necessidade que se tem de que se tenha uma boa saúde mental para que Continue lendo→
A discussão entorno do suicídio tem se espalhado cada vez mais por entre os mais distintos países do mundo como um problema de contornos internacionais e isso tem preocupado e alertado ainda mais os órgãos responsáveis pela saúde em âmbito mundial. Conforme aponta o crescimento das estatísticas, ano após ano, tem-se que um maior número de pessoas atenta contra a própria vida, tendo cada uma delas motivos e causas diferentes, normalmente estando vinculadas a dificuldades psicológicas e a problemas de vida. Em um contexto como Continue lendo→
Como se sabe, grande parte da população brasileira vive à margem da sociedade, o que corresponde, fatalmente, à vivência de condições de vulnerabilidade social permeadas pela falta de acesso à educação, à saúde e outros elementos vitais para vida de qualquer pessoa. Tratar da relação entre vulnerabilidade social e saúde mental é tratar sobre a vida de pessoas vulneráveis socialmente. Nesse contexto, questões como cuidado, reinserção social, família, resiliência e estrutura tornam-se elementos fundamentais da conversa. São temas complexos, que envolvem a vida de milhões Continue lendo→
O tema saúde mental, álcool e drogas se faz presente há um bom tempo em debates sobre saúde pública ao redor do mundo. Atualmente, tanto bebidas alcoólicas quanto diferentes tipos de drogas fazem parte da realidade de milhares de pessoas. Cuidar desse consumo quando ele se torna um problema tem permeado a construção de políticas públicas em variados países. Conscientizar a respeito da relação saúde mental, álcool e drogas também tem feito parte desse itinerário. Essa conscientização deve partir de diferentes vias, dado que o Continue lendo→
A patologização da vida surge em um contexto em que expressões da natureza humana são associadas a categorias médico-psiquiátricas, baseadas na ideia de enquadramento necessário de “doenças mentais” a serem resolvidas por meio do modelo biomédico. A patologia, em detrimento à pessoa, toma conta na classificação de comportamentos possivelmente naturais diante da vida e impõem a “doença mental” como único elemento de sentido – na maioria das vezes, excluindo a vivencia da pessoa que sofre. Vivemos em uma sociedade que, ao longo dos anos, moldou-se Continue lendo→
Há vários bons motivos para que tocar, abraçar e beijar as pessoas que amamos seja algo reconfortante. Quando tocamos, abraçamos ou beijamos um amigo ou parceiro, por exemplo, esse gesto é carregado de significado. Procuramos afeto, tentamos estabelecer uma conexão ou podemos estar tentando comunicar uma necessidade. Recentemente, no entanto, alguns especialistas expressaram preocupação de que as sociedades ocidentais estejam passando por um momento de crise, à medida que o toque físico se torna mais estritamente regulado e estamos cada vez menos propensos a nos Continue lendo→